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Correr sem direção hidráulica: algo humanamente (quase) impossível

Na primeira prova do Campeonato Brasileiro de Turismo, Mauri Zaccarelli perde o auxílio no início da corrida e vai até o fim. Resultado: desmaio no parque fechado e ambulatório, mas bons pontos no campeonato

05.03.2016  |  291 visualizações
Imagine você com um pesado macacão antichama, balaclava e capacete, sob uma temperatura em torno dos 30ºC - sendo que dentro da cabine o termômetro superava os 50ºC - e tendo de disputar uma corrida de aproximadamente 43 minutos sem um dos auxílios mais importantes de um carro de competição: a direção hidráulica.

Imaginou?

Foi esse o desafio que Mauri Zaccarelli teve na prova que abriu a temporada 2016 do Campeonato Brasileiro de Turismo, na ensolarada e quente tarde deste sábado (5) em Curitiba (PR). Todo esse esforço teve prós e contras. A parte boa foi a sofrida oitava posição na bateria, algo considerado incrível pelo experiente Aloisio Andrade, ex-piloto de Stock Car e chefe da tradicional equipe Nascar, a qual Mauri compete nesta etapa inicial.

O contra? Espasmos musculares, desmaio, pressão baixa e muita desidratação.

Assim que recebeu a bandeirada, Mauri usou sua última reserva de força para fazer a volta de desaceleração e levar o carro para o parque fechado. Assim que desligou o carro, Mauri apagou junto. "Ficou tudo preto. Em algumas curvas na parte final da prova eu fazia muita força e torcia para que o ângulo das rodas fosse o suficiente para contorná-las sem problemas. Mas foi só o carro desligar que eu desliguei junto. Ainda bem que isso não aconteceu durante a corrida, pois seria algo bem complicado", conta o piloto do carro #2.

Após recuperar plenamente os sentidos, Mauri foi encaminhado de maca para o centro médico, onde foi atendido pelo Dr. Dino Altmann e medicado pela equipe médica do autódromo. "A minha sorte foi que tinha muita água para beber no carro. Não tenho mais idade para isso, preciso de um carro com ar-condicionado!", brinca o piloto de 46 anos. "O mais interessante é que, mesmo sem direção, o comportamento geral do carro estava bom. Se não houvesse este problema, daria para ter ficado entre os cinco melhores. Mas fiquei bem contente com o resultado, mesmo com este problema, já que a meta era ser sexto", descreve Mauri.

Com décadas de corridas nas costas, Aloísio confessou ter ficado impressionado: "Sem brincadeira: mesmo sem direção hidráulica, ele fazia tempos incríveis no setor mais sinuoso, o miolo do circuito. Ficamos impressionados com isso. Enquanto ele estava sendo medicado, descobrimos qual foi o problema: a traseira do carro estava encharcada de óleo, culpa da mangueira da direção que se rompeu."

Apesar dos espasmos musculares, Mauri não deve ter dificuldades para a segunda prova do fim de semana, marcada para a manhã de domingo, às 9h, com transmissão ao vivo dos canais SporTV, quando partirá da sexta posição, na terceira fila. "É só descansar bem e tomar direitinho o que receitamos que amanhã cedo ele estará completamente recuperado", receita o Dr. Dino.

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Mais informações:
Bruno Vicaria (BV)
11. 98196.3069 | 11. 4305.6343

Mauri Zaccarelli
(André Santos)

Largada da 1ª bateria do CBT
(André Santos)

Mauri Zaccarelli
(André Santos)

Mauri Zaccarelli
(Divulgação)

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